Localizado no norte do Brasil, o Tocantins é um dos estados que compõem a região amazônica. Desde 2019, a Secretaria de Educação do Tocantins (SEDUC), tem trabalhado em colaboração com a Perkins e agora amplia o impacto dessa parceria ao instituir uma ferramenta para a construção do Plano Educacional Individualizado (PEI). Essa iniciativa inovadora oferece grandes vantagens para o sistema educacional estadual favorecendo a oferta de uma educação inclusiva de qualidade a todos os estudantes da rede e em especial aos estudantes com deficiência.
No Brasil, estudantes com deficiência visual, deficiência múltipla e surdocegueira estão incluídos no ensino regular. No estado do Tocantins, através da parceria com a Perkins, a SEDUC tem avançado nas melhores práticas para promover um ambiente favorável ao aprendizado de crianças com deficiência.
O que é o Plano Educacional Individualizado (PEI)?
O PEI para crianças e jovens com deficiência visual, deficiência múltipla e surdocegueira é uma ferramenta elaborada pelo professor do ensino regular, o qual considera as necessidades específicas de cada aluno em inclusão no estado do Tocantins, levando em conta suas deficiências e habilidades. O plano garante que uma criança com deficiência que frequenta a escola receba instrução especializada e serviços relacionados.
O PEI também envolve as famílias, que são parte fundamental no desenvolvimento do estudante. O principal objetivo deste documento é traçar estratégias adequadas para o aprendizado e assim promover a inclusão através de uma educação de qualidade para os alunos com deficiência.
Na prática, cada estudante em inclusão possuirá um PEI elaborado pelo professor regente. O documento é composto de informações que levam em consideração as necessidades do aluno, suas potencialidades, e habilidades. Além disso, o PEI inclui relatórios e informações fornecidas pelos profissionais da área de saúde para complementar a prática pedagógica do estudante.
Foi a partir da liderança de Paola Regina Bruno Martins, que é Diretora de Educação Inclusiva e Acessibilidade do estado, que surgiu a ideia de institucionalizar uma ferramenta para o Plano de Ensino Individualizado (PEI) no estado. Paola, é Coordenadora Educativa para Perkins para a região norte, e aluna graduada pela Academia Perkins Internacional. Através dos seus aprendizados e sua experiência trabalhando com o projeto Perkins no Brasil, ela utilizou o modelo aprendido no curso e adaptou para a realidade local.
Contei com o apoio da formação que recebi na academia da Perkins, que me proporcionou conhecimentos e recursos para desenvolver o documento.
Paola Bruno
Portfólio da Academia Perkins Internacional: Os casos de João Pedro e Victor Gabriel
Os professores que participam da Academia Perkins Internacional constroem um portfólio ao longo dos cursos baseado em experiências da vida real, trabalhando em um estudo de caso. Em 2019, educadores da escola Beira Rio, parte do projeto da Perkins, desenvolveram um estudo de caso baseado em João Pedro, um jovem de 19 anos diagnosticado com Deficiência Múltipla. A junção dos aprendizados da Academia Perkins Internacional com diretrizes educativas federais levaram Paola a buscar a institucionalização do PEI para ser incorporado para todas as escolas do seu estado.
Paola credita sua motivação de lutar pelo PEI, ao trabalho de quatro anos acompanhando o desenvolvimento do estudante João Pedro, o qual não somente desenvolveu habilidades acadêmicas, mas também na sua autonomia e independência com o auto cuidado e habilidades musicais. Além disso, seu estudo de caso ajudou a transformar a mentalidade de professores e familiares do que é possível alcançar no ensino de jovens com deficiência.
Os professores que participam da Academia Perkins Internacional constroem um portfólio ao longo dos cursos baseado em experiências da vida real, trabalhando em um estudo de caso. Em 2019, educadores da escola Beira Rio, parte do projeto da Perkins, desenvolveram um estudo de caso baseado em João Pedro, um jovem de 19 anos diagnosticado com deficiência múltipla.
A junção dos aprendizados da Academia Perkins Internacional com diretrizes educativas federais levaram Paola a buscar a institucionalização do PEI para ser incorporado para todas as escolas do seu estado. Paola credita sua motivação de lutar pelo PEI, ao trabalho de quatro anos acompanhando o desenvolvimento do estudante João Pedro, o qual não somente desenvolveu habilidades acadêmicas, mas também na sua autonomia e independência com o auto cuidado e habilidades musicais. Além disso, seu estudo de caso ajudou a transformar a mentalidade de professores e familiares do que é possível alcançar no ensino de jovens com deficiência.
Paola, que à época era Gerente de Educação Especial, também enfrentou resistência de professores que acreditavam que um plano individualizado não beneficiaria alunos com deficiências graves.
Através de seu trabalho de comunicação com outro estudo de caso, desta vez Victor Gabriel, um jovem diagnosticado com deficiência múltipla, o qual os médicos desencorajaram a família a ter qualquer perspectiva de futuro, ela pode adquirir outro exemplo do que é possível atingir na educação de alunos com deficiência.
Para a educadora, o aprendizado de planos de ensino, mapas de aprendizagem e desenvolvimento através do expertise da Perkins, ajudaram a equipe escolar a traçar um plano individualizado para o estudante. Hoje, não apenas Gabriel fala, mas também está frequentando a Universidade Estadual do Tocantins (UNITINS) e estudando para se tornar um contador.
Transformando o Sistema
Os governos devem trabalhar na criação de políticas educacionais efetivas que promovam igualdade de oportunidades para crianças com deficiência. No modelo atual do Tocantins, os estudantes com deficiência frequentam a escola regular em um turno e recebem apoio adicional em outro momento de profissionais de educação especial, que estão capacitados para fornecer suporte pedagógico adicional aos alunos por meio das salas de recursos multifuncionais.
O PEI ajudará na coordenação pedagógica entre os professores de cada turno, pois fará com que os educadores reflitam sobre a condição de cada aluno e assumam a responsabilidade como equipe. Paola acredita que o impacto no sistema educacional será significativo, influenciando uma mudança de atitude dos professores e outros profissionais.
Os professores passarão a enxergar os estudantes com deficiência como sujeitos capazes de aprender e se desenvolver, adotando estratégias individualizadas e estabelecendo um diálogo colaborativo com as famílias.
Paola Bruno
A inclusão deste plano no novo sistema educacional estadual terá um impacto abrangente, promovendo o desenvolvimento dos estudantes tanto na escola quanto dentro de suas famílias e da sociedade como um todo. Em Tocantins, o PEI está sendo implementado nas mais de 500 escolas administradas pelo governo estadual, impactando mais de 145,000 alunos da rede.